segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O estado do Natal

Não seria eu se não voltasse a escrever ao som de Rachael Yamagata, não é mesmo?! (éééééé) Porque toda Aline Vilela tem um lado blé, meio deprê, que dá vontade de escrever quando bate aquela coisa que ninguém consegue explicar nem entender, mas a gente sabe o que é.

OK, se você é novo aqui, eu indico não fazer muito esforço pra entender coisas que nem eu entendo direito. Não tem muita programação, aqui não tem regras, e pode ter muitos erros ortográficos – ainda sinto aquele ódio profundo por quem deu a ideia de tirar o ‘ da ideia.

Bom, e depois te tanto tempo sem vir aqui, hoje me pego em um daqueles dias que eu precisava escrever. Pra mim mesmo, porque só pensar te traz uma agonia que nem nos meus dias mais tristes aguento.
Sim! Eu sou a pessoa mais positiva do mundo, muitas vezes, e conhecida por muitos por essa qualidade! Iei! Eu adoro ser assim, mas existe um motivo por trás disso tudo! Vai, de nada saberia o que é transmitir felicidade e pensamentos PRA CIMA se eu não soubesse o que se passa do outro lado.

A felicidade, pra mim, sempre foi um estado imaginário. Você só está feliz porque conhece o outro lado. Já passei por longos anos da minha infância/adolescência reclamando das coisas que eu não gostava e que não estavam como eu queria sem fazer nada, até o dia que eu descobri que eu sou a única responsável por quem eu sou, pelas minhas decisões, pelas consequências dos meus atos, e descobri como mudar tudo. Talvez essa seja a descoberta mais importante da minha vida, o que eu considero como o amadurecimento, eu me tornando independente.

Eu tenho vivido os melhores anos da minha vida. Tanta coisa acontecendo, o amor da minha vida vivendo comigo, o trabalho prosperando, a família nos eixos, os melhores amigos por perto – mesmo que não fisicamente – e sendo grata por tudo que tem acontecido. Eis que vem o final do ano pra me lembrar de que nem tudo é perfeito.

É óbvio que eu, sozinha, não consigo mudar o mundo. Posso começar, ser uma faísca, mas sozinha não consigo (e que bom!). É um pouco frustrante ver uma coisa errada e não conseguir mudar aquilo imediatamente, ou fazer alguém pensar de forma diferente. Requer paciência, tolerância, e sou humana...
Ao mesmo tempo que tenho estado feliz, tenho me visto um pouco intolerante. Pessoas sem paciência me deixam sem paciência. É um ciclo vicioso que tenho tentado bloquear pra não deixar a bola rolar a partir de mim, e isso desgasta. Receber críticas, muitas vezes não construtivas, receber notícias inesperadas, perceber comportamentos decepcionantes de pessoas que se estima... Isso tudo vem como uma bola de fogo (porque se fosse de neve tava bom!) que bate e queima e dói e deixa marcas.
Ai entra aquela máxima: não é o que acontece com você, é o que você faz com o que acontece com você. Por isso, ao mesmo tempo que isso me deixa pra baixo, sei que será exatamente isso que me trará forças. Motivos pra que eu continue cultivando esse estado imaginário que pode inspirar pessoas, que ao ser tocado por pessoas do bem possa se espalhar como um bom exemplo, mesmo quando o mundo todo está sofrendo por N motivos, achando tudo ruim, colocando a culpa no vento e no ano.


Não é 2016, são as pessoas. São as escolhas. Sempre serão as escolhas. Que as pessoas reconhecessem sua responsabilidade em suas vidas, esse seria meu desejo ao Papai Noel. E por falar nele, ainda quero voltar a acreditar no Natal. Quero ter motivos pra decorar a casa, pra montar uma árvore bem bonita, me animar pra festa. É um pouco do que não depende só de mim, é um pouco do que eu não posso ser egoísta e ter 100% do controle e responsabilidade. É a parte que eu tenho que ceder, e é a parte de ser adulta e reconhecer que o que eu escrevi aqui há uns 10 anos não faz mais sentido. Hoje divido minha vida, e a ideia de ter um filho sozinha não existe mais. Dizem que é bobeira esse negócio de que “chega uma hora que a mulher sente vontade de ser mãe”, então eu tô muito boba. E só vejo essa salvação pro milagre do natal.

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